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A Felicidade Mora no Simples

  • Foto do escritor: Fernanda Lunardi
    Fernanda Lunardi
  • 1 de set.
  • 2 min de leitura

Mulher dançando na luz da manhã perto de uma janela, cercada por plantas, expressando um momento de calma e alegria.
Um instante de presença: o corpo em movimento leve, acolhido pela luz da manhã. O simples, quando vivido com alma, torna-se caminho de contentamento.

Nos últimos dias, tenho escrito em meu diário e percebido como alguns dos registros mais significativos vêm de experiências aparentemente banais. Nada espetacular, apenas pequenos momentos vividos com presença. E quando me dou conta disso, tudo muda de lugar.


Segurar minha gata no colo e sentir seu ronronar enquanto massageio minhas costas numa bolinha de tênis na parede. Caminhar por um trajeto novo e deixar o sol tocar minha pele com suavidade. Comer devagar uma comida gostosa. Respirar com consciência e movimentar o corpo conforme a música. Estar perto de quem me faz bem, sentindo segurança, leveza e acolhimento. Tudo isso, tão básico, tem me reconectado com algo essencial: o contentamento.


Essas vivências me trouxeram a certeza serena de que a vida pode ser boa quando vivida com presença. Podemos nos sentir felizes não porque os desafios desapareceram, mas porque aprendemos a reconhecer o valor do simples, do que é essencial e verdadeiro. E é aí que percebo, com ainda mais clareza: a felicidade mora no simples.


Esse olhar encontra ressonância na Psicologia Positiva, abordagem da qual estudo alguns fundamentos para integrar ao meu trabalho clínico. Apesar do meu aprofundamento contínuo na Psicologia Analítica e na Psicoterapia Corporal, gosto de absorver o que há de mais sensível e efetivo em outras vertentes que se alinham à minha visão. E a Psicologia Positiva, criada por Martin Seligman, oferece uma contribuição preciosa: ela nos convida a cultivar o bem-estar como ponto de partida, e não como prêmio final.


Seligman propõe cinco pilares para uma vida com mais sentido: emoções positivas, engajamento (ou fluidez), relacionamentos nutritivos, propósito e realização. Esses pilares não ignoram a dor, mas ampliam o foco para o que também nos nutre, fortalece e sustenta. O mais bonito é que essa felicidade proposta por ele não se vende em vitrines: ela se cultiva no cotidiano, na relação com o que é genuíno.


Claro que é fundamental considerar o contexto social e as necessidades básicas para que esse bem-estar seja possível. Segundo o que conhecemos como Pirâmide de Maslow, as necessidades humanas se organizam em camadas: na base, estão as fisiológicas, como sono, alimentação, abrigo. Em seguida, vêm segurança, vínculos afetivos, autoestima e, no topo, a autorrealização.


Maslow nos lembra que só conseguimos acessar os níveis mais elevados quando os mais básicos estão minimamente atendidos. E é justamente aí que tudo se conecta. Ao cuidar do corpo, ao dormir bem, ao estabelecer relações seguras, ao encontrar propósito em nossas ações, abrimos espaço para uma realização mais profunda: viver com verdade, com coerência, com alma.


No fim das contas, talvez a felicidade não esteja (somente) nos grandes feitos, mas na coragem de voltar ao essencial. E talvez o contentamento que tanto buscamos esteja exatamente aqui: nas pausas, no cuidado com o corpo, nos vínculos reais, na simplicidade de um instante vivido por inteiro.


Fernanda Lunardi – CRP 06/159430

Psicóloga formada pelo Mackenzie, com ênfase em Psicologia Analítica (Jung) e especialização em Biossíntese (psicoterapia corporal). Atende mulheres em processos de transição, com foco no autoconhecimento na meia-idade, no resgate da essência e na integração corpo-mente-espírito por meio de uma escuta sensível e simbólica.


 
 
 

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Fernanda Lunardi
Psicóloga - CRP 159430
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