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A maturidade, segundo Jung

  • Foto do escritor: Fernanda Lunardi
    Fernanda Lunardi
  • 6 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 15 de mar. de 2024

No último artigo falei um pouco sobre o eixo ego-self, conceito presente na psicologia analítica. É sobre esse elo entre o centro da consciência com a essência da pessoa que eu gostaria de aprofundar um pouco mais hoje.


E por que ele é importante no trabalho do psicanalista junguiano? Porque esse eixo é a ponte entre a consciência do indivíduo com o princípio organizador do seu psiquismo, o Self.  É ele que deve ser fortalecido para que a pessoa possa individuar-se, ou seja, a individuação de cada um depende desse eixo ego-self estar fortalecido.


A imagem que podemos formar para visualizar esse eixo é de duas bolas, ligadas por uma linha, sendo que a que fica no centro é o Self, e a que caminha, para longe ou para perto desse centro, é o ego. Quando nascemos, o ego está no Self, mas indiferenciado, como um bebê no útero da mãe. O desenvolvimento vem com o contato com o mundo, com o externo, por isso, no início, essa “bola” do ego vai se distanciando. Até ter a quantidade de experiências necessárias para se fortalecer e retornar ao seu núcleo, ao Self.


O Self representa a totalidade, a integração de diversos aspectos da pessoa, fazendo com que ela consiga se sentir em paz com ela e com o mundo. Mas para que essa integração possa acontecer, para que uma pessoa se torne autorrealizada, é importante que ela trabalhe a sua consciência em direção ao seu Self. É preciso, portanto, da cooperação do seu ego.


Jung fala que o Self só se torna evidente na maturidade. Isso porque a maturidade chega quando o ego, já desenvolvido na primeira metade da vida, volta-se para a alma, aliando-se a ela. E quanto mais fortalecido o eixo ego-self, mais a consciência do indivíduo estará voltada para a própria alma.


A maturidade, portanto, chega com a inversão de direcionamento do ego do exterior para o interior, para o seu Self. Essa inversão marca o início da maturidade, que é um período em que se exige uma constância e permanência para se dar conta do próprio desejo e do que realmente lhe faz sentido na vida.


Como fazer com que o ego possa contribuir com os caminhos da alma? Uma vez que o ego está fortalecido, há várias formas de se voltar esse centro da consciência para a essência, a fim de escutar dela suas orientações. Algumas técnicas são aliadas da psicoterapia e podem ser praticadas independentemente dela. A meditação, por exemplo, contribui para a autopercepção, ampliando a escuta da voz interna. Vale a pena praticar!


Mas não deixe de procurar a psicoterapia para te ajudar nessa jornada da maturidade, quando a busca interna, por aquilo que realmente importa para você, acontece com mais intensidade. Afinal, é preciso ser constante e persistente para sustentar e dar conta dessa busca pela alma.


Homem de braços aberto para o sol do horizonte

 
 
 

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Fernanda Lunardi
Psicóloga - CRP 159430
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