Felicidade - Como identificar

Por Fernanda Lunardi

Felicidade, uma palavra tão simples, fácil de ouvir, escrever e até mesmo desejar. Porém, em uma análise mais crítica, apresenta significados e pesos diferentes em situações do dia a dia. E aprofundando um pouco mais no sentido literal, felicidade é um estado de consciência plenamente satisfeita, contentamento e bem-estar. 

Frequentemente as pessoas buscam a felicidade e o sucesso como sendo a chave, muitas vezes, para a autossatisfação. E com os desafios diários, algumas se deparam com suas inseguranças e crenças limitantes que podem ocasionar uma espécie de autossabotagem, murchando a sensação de felicidade real que experimentam.

Na fase da meia idade, entre 45 e 59 anos, quando há um consenso sobre as escolhas feitas ao longo da vida e projeção de futuro, muitos se indagam se de fato conseguiram atingir seu ápice em diferentes áreas, levando a uma balança psicológica pesos que podem sobressair além do que deveriam.

E neste processo podem também revelar traços similares aos da síndrome do impostor, cujo papel é desempenhado a contento, mas a autoavaliação não permite sentir um estado de realização plena. Com isso o individuo cria dentro de si um ciclo inatingível de perfeição, promovendo frustrações, bloqueios e até desordens sentimentais.

Entre algumas ações secundárias, podem ocorrer quadros de procrastinação, mesmo sabendo que há urgência em algumas atividades. Também, criar expectativas exageradas de perfeccionismo, promover autocrítica destrutiva sobre si e suas habilidades, ter resistência a mudanças e, principalmente, ter o autocuidado minimizado, impactando em suas emoções e ações.

Por tal, sentir felicidade, para alguns, pode ser um processo remoto ou até doloroso. E ter auxilio de profissionais de saúde psicológica se torna essencial para garantir qualidade de vida e identificação de valores pessoais e profissionais. Como resultado possível, há uma ressignificação de sentidos para o encontro do seu eu mais íntimo com novas experiências e olhares mais leves, sem tantas cobranças.

É vital compreender que a felicidade reside na aceitação de si mesmo, na valorização das conquistas pessoais e no estabelecimento de metas realistas. É um estado de sentir e, sendo assim, não pode ser comparada entre as pessoas, pois cada um tem sua bagagem e sonhos guardados. A terapia é uma excelente ferramenta para desemaranhar quaisquer limites impostos no inconsciente!

Sobre Fernanda Lunardi - CRP 06/159430:

Com primeira formação em direito, seguiu para a psicologia ao desenvolver gosto por mediação e resolução de conflitos. É formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (em ambas graduações) e em Biopsicologia no Instituto Visão Futuro, onde atuou como facilitadora. Trabalhou como voluntária no CVV - Centro de Valorização à Vida, e hoje faz especialização em Biossíntese no IABSP e formação internacional em Psicoterapia Corporal Cênica em Pesso, com Richard Hoffman.

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