Por que escolhi ser psicóloga?

Eu comecei no Direito, parecia ser a escolha certa para mim. Não tive dúvidas, tudo indicava que eu me encaixaria bem nessa profissão. Com ela, eu conquistaria um lugar de validação e reconhecimento frente ao meu contexto familiar, além de poder conquistar, também, meu lugar no mundo, pois eu sempre tive um ímpeto de procurar equilíbrio e justiça, nas minhas atitudes e nas pessoas ao meu redor.

Hoje, madura, com outra profissão conquistada, eu ainda não sei até que ponto eu realmente havia escolhido o Direito para mim, para o meu propósito de vida, ou para atender as expectativas que eu e as pessoas ao meu redor tinham de mim. Tanto que o meu TCC, em que obtive nota máxima em busca de aprovação, foi sobre um assunto que não era minha paixão, mas sim sobre um ramo de negócio na família.

Foi uma jornada entre o Direito e a Psicologia. Aprendi muito, no nível pessoal, experimentei mais possibilidades onde eu poderia me encaixar, mas sem sucesso e com algum grau de dor. Ainda assim, estava ali, a Psicologia, latente, mas de vez em quando existia um flerte que eu nunca imaginaria querer levar adiante.

Até que chegou o momento em que eu resolvi encarar e no meu íntimo havia um “é ela, é a Psicologia”. Fiz novamente uma graduação, novamente obtive aprovação máxima no meu TCC, mas agora o tema me era muito caro. E tinha a ver com toda a trajetória da minha alma. Era sobre Jung e o caminho da individuação.

Como eu disse, foi uma jornada até a Psicologia. Me formei aos meus 37 anos, estudando Psicologia dentro e fora da faculdade. Contando com anos de terapia para lidar com meus próprios conflitos e achar meu lugar no mundo, procurando me adequar em alguma atividade profissional que me satisfizesse. Na verdade, eu a encontrei, sem precisar me adequar a ela. É ela que parece se adequar ao meu dia a dia profissional. Ela é tão compatível comigo que parece me dizer “sou para você”. E, ainda assim, eu lhe pergunto, quase diariamente, como numa prece “como posse lhe servir hoje?”.

Conforme o tempo passa, mais me sinto no meu lugar de potência. Continuo estudando, me especializando, não quero mais parar. Agora sim, fiz a escolha certa, escolhi ser psicóloga. E tudo que estudei sobre individuação, conheci na minha própria história, procurando ter na minha vida cotidiana o que conversa com a minha alma, e me dá senso de propósito. A Psicologia me dá um lugar no mundo que faz sentido para mim.

Então, por que a Psicologia? Porque foi o caminho escolhido pelo meu Self.

Sobre Fernanda Lunardi - CRP 06/159430

Com primeira formação em Direito, seguiu para a Psicologia ao desenvolver gosto pela mediação e resolução de conflitos. É formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (em ambas as graduações) e em Biopsicologia pelo Instituto Visão Futuro, onde trabalhou como facilitadora. Trabalhou como voluntária no CVV - Centro de Valorização à Vida, e hoje faz especialização em Biossíntese no IABSP, e formação internacional em Psicoterapia Corporal Cênica, com Richard Hoffman.