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Realização nos relacionamentos

  • Foto do escritor: Fernanda Lunardi
    Fernanda Lunardi
  • 16 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Quando estamos nos relacionando com alguém a partir das expectativas que temos do outro em nos suprir, não conseguimos, de fato, ver o outro como alguém separado de nossas opiniões e desejos. Parece ser o caminho certo para a frustração e para o vazio existencial.


Entendo, no lugar de fala da pessoa humana que sou e somos, o quanto é difícil o trabalho rumo à diminuição das nossas projeções de expectativas de suprimento emocional, físico e espiritual a partir do outro. Isso porque somos seres sociais, está na nossa constituição biológica a necessidade de um outro com quem se relacionar.


Quando somos bebês, nosso mundo está totalmente fusionado com o mundo daquele que nos oferece a experiência da maternagem, seja a mãe, mesmo o pai, ou a babá, digo, seja lá quem for que cuidou de nos nutrir nesses primeiros momentos de vida. Considerando claro, a fusão total da própria parte biológica e emocional do bebê e da mãe, no útero, quando já vamos nos constituindo.


O desejo de voltar a essa fusão é a manifestação que me parece mais próxima do impulso de retorno ao Self, pois quando nascemos, estão nosso ego e Self muito próximos, praticamente juntos. Lembrando que o Self também é conhecido como "arquétipo de Deus", o que nos remete à espiritualidade.... E lá vamos nós, pela vida, nos diferenciando, tornando ego e Self distintos, separados, mas querendo voltar a esse estado de união.


Em termos mais simples, a jornada da vida é uma jornada de consciência de si, de diferenciação do que é seu e do seu eu, com o que é do outro, com o que é o outro. Diferenciação do que fala de si, da própria experiência, vontade e identidade, e do que fala do outro e não pertence a si. As projeções acontecem quando não estamos plenamente conscientes disso.


Talvez, uma plenitude de consciência a esse respeito fique mais no plano do ideal, mas é possível e, aliás, significativo, desenvolver a consciência em direção a essa diferenciação. Porque haverá um momento em que a energia de vida, a libido, estará voltada ao próprio Self, que é o que ocorre na fase do amadurecimento psicológico.


Aí, sim, estaremos mais aptos a nos relacionar com o outro a partir da perspectiva do Self, da nossa essência, possibilitando um encontro mais autêntico e mais livre das expectativas próprias e alheias. Afinal, ninguém está caminhando nessa Terra com o propósito de atender as expectativas dos outros, mas sim, de atender aos chamados da própria alma.


Assim sim, conseguimos nos relacionar com mais plenitude, mais maturidade e autenticidade, não se importando tanto com as expectativas sociais. Encontrando, então, a felicidade na concepção que você a apreende, não na concepção de sucesso, criada culturalmente, que a gente persegue tanto para atingir, principalmente na primeira metade da vida.


A realização nos relacionamentos ocorre a partir da conexão com o Self, quando se alcança a plenitude e a integração de si, dentro do que é possível. A psicoterapia auxilia esse caminho, é um processo oferecido para juntar e assimilar as "partes quebradas" de si, descongelar fluxos interrompidos, e facilitar o diálogo com o Self. Pois a partir dele, as nossas relações também ficam mais saudáveis e construtivas, e a satisfação na vida aumenta.



pessoas unidas voltadas para o sol


 
 
 

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Fernanda Lunardi
Psicóloga - CRP 159430
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